dez 21, 2016
DO SITE DA CONTEE (21/12): A oficialização da jornada móvel de trabalho proposta por Michel Temer não resistiu ao repúdio das centrais de trabalhadores, que tem sido o ponto fraco do governo. A reprovação da proposta pelas entidades pesou para que ficasse para 2017 esse debate. A jornada intermitente (sem horário fixo) é vista pelos trabalhadores como parte do pacote de precarização das relações de trabalho que ganharam força com Temer na presidência.
Cada anúncio de Temer e equipe somam pontos para a agenda patronal e jogam a conta nas costas dos trabalhadores. A proposta que ficou para o ano que vem defende que o trabalhador fique à disposição do empregador e receba apenas pelas horas trabalhadas, quando for chamado. Sem trabalho, não há custos para o empresário. Direitos como férias e 13º salário seriam pagos proporcionalmente. O salário achatado pela crise diminuiria mais ainda.
“A CTB não aceitará corte de direitos. O movimento sindical está alerta”, avisou o presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo. Na opinião dele, o discurso de modernidade usado por Temer vai ao encontro de projetos, do Executivo e de parlamentares, que querem destruir a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O dirigente mencionou entre essas propostas a terceirização e o negociado sobre o legislado.
Em defesa dos direitos as centrais se uniram. Representantes sindiciais tem ressaltado a necessidade da unidade das centrais em defesa da luta dos trabalhadores. Documento aprovado na semana passada pela direção nacional da CTB enfatizou o papel da entidade em fortalecer a luta unitária. “A CTB tem uma compreensão de que a construção unitária das centrais sindicais é um fator estratégico para o fortalecimento da classe trabalhadora”, declarou Adilson.
Em entrevista à Agência Sindical, o presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), José Calixto Ramos, também destacou a unidade das entidades. Na avaliação dele, o recuo do governo ante à reação do movimento sindical demostra “que a união da classe trabalhadora, através dos Sindicatos e Centrais, poderá trazer um pouco mais de equilíbrio nos debates em 2017″.
“O ministro (do Trabalho, Ronaldo Nogueira) já havia dito que essa coisa do intermitente não estava na programação dele. Não nos negamos a discutir reformas, seja trabalhista, tributária, da Previdência, mas não dessa maneira. Tem coisas que nós não aceitamos”, afirmou à Agência Sindical Antonio Neto, presidente da Central de Sindicatos Brasileiros (CSB). De acordo com ele, Temer não esperava a reação imediata das centrais contra a proposta.
“Nós vamos para as negociações no Congresso Nacional, mobilizando a população, mobilizando os trabalhadores e a sociedade. Vamos mostrar que, se precisa de uma reforma previdenciária ou trabalhista, será como queremos e não como o governo quer”, completou.
O presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM), Paulo Cayres, afirmou ao site da Central Única dos Trabalhadores (CUT) que “na verdade, o que se quer é regulamentar a precarização”. Para ele, as medidas do governo tem por objetivo aplicar a cartilha neoliberal.
“Basta ver o que se deu na Europa. A Grécia, a Espanha e a Itália, por exemplo, aplicaram esse receituário de retirada de direitos, e foi uma tragédia. Se o trabalhador tem melhores condições, ele compra mais, e a economia gira. A Alemanha, por exemplo, é um dos países que mais respeitam direitos trabalhistas, e é mais difícil de a crise chegar lá”, compara o dirigente da CNM.
Força Sindical e União Geral dos Trabalhadores também repudiaram em nota a proposta de Temer comparando-a à expor o trabalhador “a uma situação análoga à escravidão”. Trecho da nota afirma: “Tal notícia (proposta da jornada intermitente) nos causa espanto uma vez que o modelo proposto agravaria a precarização das relações de trabalho, expondo o trabalhador a uma situação análoga à escravidão, na medida em que passará a ser tratado como uma máquina qualquer, que se liga e desliga de acordo com os interesses do patrão”.
dez 19, 2016

DO SITE DA CUT (13/12): Os jornais já nasceram velhos neste cenário de política brasileira. Com esta afirmação, o analista político, Paulo Vanucchi, abriu o debate desta terça-feira (13), do 2º Encontro Estadual de Comunicação da CUT-SP, que hoje ocorre em São Bernardo do Campo.
Também representante da TVT, ele relata que nunca viu uma conjuntura tão desordeira num golpe que, para ele, é desprovido de argumentos e regado a ódio. “Neste momento, o papel dos dirigentes sindicais é muito importante, mais ainda o dos profissionais da comunicação, até porque o ano de 2017 pode não ser melhor do que 2016”, disse.
Para o coordenador da Rede Brasil Atual, Paulo Salvador, os sindicatos, federações e confederações devem se apropriar dos veículos de comunicação da esquerda construídos para garantir a disputa de narrativa e a democracia, a partir da pluralidade. “Queremos construir para a grande plataforma de mídia da classe trabalhadora, com questões voltadas aos direitos humanos”, afirmou.
Vanucchi desafiou sindicalistas e jornalistas de diferentes categorias da imprensa sindical a resistiram ao retrocesso de direitos.“O golpe consumado gera todo um processo de perda, de luto, que é uma associação necessária, psicanalítica. É importante entender este tempo, ter autocrítica, viver este luto. Por outro lado, nossa história mostrou que de uma grande derrota também nascem grandes vitórias. E elas virão”.
Conhecer para construir – Durante o dia, os participantes também farão uma visita guiada aos espaços da TVT para entenderem como funciona a dinâmica e a produção de conteúdo.
Em 2017, a secretária de Comunicação da CUT-SP, Adriana Magalhães, adianta que a Rede de Comunicadores será fortalecida. “Este encontro agora no final de 2016 nos servirá como norte para o próximo período. Debatemos, ouvimos os sindicatos, as propostas e, a partir disso, pretendemos ampliar nossa atuação em rede e fortalecer a construção de nossa pauta de esquerda que fala do mundo do trabalho”, explicitou.
Ao longo dos dois dias de encontro participaram comunicadores da imprensa sindical e sindicalistas metalúrgicos, bancários, químicos, professores da rede pública e privada, jornalistas profissionais, municipais, domésticas, trabalhadores da pesquisa, ciência e tecnologia, do comércio e serviços, da saúde, da Previdência, do sistema prisional, da seguridade social, rodoviários, do setor vestuário, confecções, enfermeiros, petroleiros, eletricitários, psicólogos e sociólogos.
Nota: Há exatos 45 anos, o Ato Institucional nº 5, AI-5, baixado em 13 de dezembro de 1968, durante o governo do general Costa e Silva, foi a expressão mais acabada da ditadura militar brasileira.
dez 17, 2016
Está na capa do Globo que o governo ilegítimo de Temer vai autorizar a contratação por hora e estender o prazo temporário. O jornal chama isso de “medidas de estímulo à economia com foco no trabalho”; mas a verdade é que essa pretensão do governo, se concretizada, vai precarizar o mercado de trabalho e incentivar a demissão – trata-se de um belo presente de natal para o trabalhador brasileiro.
Com isso, o mercado de trabalho informal, sem carteira de trabalho, que vinha ano após ano perdendo espaço para o emprego formal, vai aumentar a ponto de atingir mais de 70% ou até mesmo dobrar de tamanho, hoje em torno de 40%.
DO SITE TIJOLAÇO DO JORNALISTA FERNANDO BRITO: O “Papai Noel” de Michel Temer para os trabalhadores não dá presentes, os leva embora.
Primeiro, esta monstruosidade da reforma previdenciária que, na prática, fará o trabalhador contribuir até o final dos seus dias, porque é isso o que se terá com os tais 49 anos de contribuição para não sofre mais perdas no valor dos proventos. Mais, porque perdas já terá com outra mudança, o fim do descarte dos 20% de menores contribuições para o cálculo do benefício.
Agora, estas duas novidades: a jornada de trabalho flexível e a ampliação do prazo dos contratos temporários.
O que isso quer dizer?
Na teoria, que a empresa pode ajustar o horário de trabalho de seu empregado às suas necessidade. Na prática, que o trabalhador ficará à disposição do patrão o dia inteiro, mas só receberá o tempo em que for “usado”. A historinha de que o trabalhador que aceitar este esquema – e quem é que pode recusar, em meio à crise do emprego? – poderá ter duas ocupações formais é uma balela: quando os dois patrões quiserem “usá-lo” no mesmo horário, como ele fará, já que não pode criar um “clone”?
Já a ampliação do prazo de contrato temporário – que já existe há 42 anos e é limitado a três meses – significa que determinados setores praticamente deixarão de ter trabalhadores permanentes, sobretudo aqueles onde há mão-de-obra abundante (quase todos, atualmente) e em alguns, como a construção civil, ligação entre o emprego do trabalhador e obra definida. Todos estes trabalhadores perdem o direito ao aviso prévio, aos 40% de multa do FGTS e a qualquer outra estabilidade como a da gestante e do acidentado no trabalho.
Este monstro que se instalou no Palácio do Planalto, na ânsia de agarra-se ao cargo ilegítimo diante das revelações de suas falcatruas, avança sobre os direitos do trabalhador como nem a ditadura militar ou o governo Fernando Henrique Cardoso ousaram.
Michel Temer não tem limites morais ou humanos. Tudo o que lhe importa é se manter lá, mesmo tendo de dar de presente ao capital tudo o que, desde Getúlio Vargas, o trabalhador tem de direitos.
Em nome do combate à crise, retorna-se à escravidão.
dez 16, 2016

Segundo OIT, brasileiro perdeu 10% do valor de sua renda em dois anos e a perspectiva para 2017 é de novo recuo
A Organização Internacional do Trabalho (OIT), a qual o Brasil é filiado, publicou na quinta-feira (15) dados sobre os valores dos salários em todo o mundo. Segundo a instituição, o salário real do trabalhador brasileiro foi o que mais que caiu em 2016: 6,2%.
Ano passado, a queda foi de 3,7%.
Segue a matéria do Estadão.
DO SITE DO JORNAL ESTADO DE SÃO PAULO (15/12) – O trabalhador brasileiro sofreu a maior queda de salários em termos reais entre todos os países do G-20 em 2016. Em 2015, o País já esteve entre as três nacionalidades que mais perderam em todo o mundo.
Os dados estão sendo publicados nesta quinta-feira, 15, pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), num levantamento bianual sobre o comportamento dos salários pelo mundo. De acordo com a entidade, a queda no salário real do brasileiro neste ano deve ser de 6,2%. Em 2015, a perda foi de 3,7%.
Desde 2012, os números da renda do brasileiro apresentavam um certo crescimento, ainda que abaixo da média mundial. Descontando a inflação, o poder aquisitivo do brasileiro aumentou em 4% em 2012, 1,9% em 2013 e 2,7% em 2014.
Em termos nominais, a OIT usa dados do IBGE para mostrar que os valores foram de R$ 1,9 mil em média por mês em 2013, R$ 2 mil em 2014 e R$ 2,1 mil em 2015.
No ano passado, apenas a Rússia e Ucrânia haviam apresentado uma queda mais acentuada que a do Brasil em termos reais. Os dois países viviam ainda os ecos de um conflito armado e sanções. Mas, em 2016, esses dois países registraram uma estabilização nos salários.
No caso do trabalhador brasileiro, a crise se aprofundou ainda mais neste ano. “Os números que estamos vendo não são nada encorajadores”, disse Deborah Greenfield, vice-diretora da OIT. Para a entidade, o cenário aponta para uma nova queda em 2017.
Segundo a representante da OIT, um dos impactos mais imediatos na queda dos salários no Brasil deve ser a redução do consumo na economia e, claro, na demanda agregada. “A desaceleração de renda tem um impacto muito grande em famílias e isso vai ser sentido em toda a economia”, alertou. “Os ganhos dos últimos anos podem sofrer uma erosão”.
Para a OIT, salário em queda significa atraso para qualquer retomada do crescimento e o fim da recessão. Na avaliação dos especialistas, os dados brasileiros, que mostram da perda do poder aquisitivo da população durante pelo menos dois anos, sugerem que a recuperação do crescimento da economia poderá levar mais tempo do que se imagina.
Patrick Belser, autor do informe, também destaca a queda “dramática” do salário real no Brasil. Em sua avaliação, a recessão e a queda nos preços de commodities influenciaram. “A redução continuou em 2016 e a demanda agregada também vai sofrer”, disse.
dez 14, 2016

Emanuel Cancella (celular na mão) na entrada do MP
Nessa quarta (14), o diretor do Sindicato dos Petroleiros-RJ Emanuel Cancella prestou depoimento em uma audiência no Ministério Público Federal do Rio. Motivo: ele está sendo processado pelo juiz federal Sergio Moro, que se sentiu “ofendido” pelas publicações no blog do sindicalista.
A Feteerj se solidariza com o companheiro, pois combatemos qualquer tipo de perseguição e constrangimento ao movimento sindical.
O blog de Cancella pode ser acessado aqui.
dez 14, 2016
Dom Paulo Evaristo Arns morreu em São Paulo na manhã dessa quarta (14). Sua luta em favor dos perseguidos políticos na ditadura militar e do povo pobre foi reconhecida mundialmente. Sua história se mistura com a redemocratização do país. Uma pena que sua morte se dá nesse momento tão triste da vida política brasileira, com o país tendo vivenciado o golpe do impeachment de Dilma Roussef e com o Congresso, semana após semana, atacando os direitos dos pobres e trabalhadores, rasgando a Constituição Cidadã de 88 que ele, Dom Evaristo, também influenciou em sua redação.
A seguir, disponibilizamos texto da Carta Capital.
REVISTA CARTA CAPITAL: Símbolo da resistência à ditadura, dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo, morreu nesta quarta-feira 14 aos 95 anos.
O estado de saúde do cardeal dom Paulo Evaristo Arns, 95, se agravou na segunda-feira 12. O arcebispo emérito foi internado no Hospital Santa Catarina em 28 de novembro, com um quadro de broncopneumonia. A assessoria do hospital informa que o cardeal morreu às 11h45, em decorrência de falência múltipla dos órgãos.
De formação e hábitos franciscanos, dom Paulo é um missionário que dedicou sua vida à defesa dos pobres e à justiça social. A denúncia da tortura e da perseguição política durante a ditadura está diretamente relacionada à sua pregação religiosa
Em 1966, dom Paulo tornou-se bispo em um momento de renovação na Igreja Católica. Quatro anos antes, o então papa João XXIII deu início ao Concílio Vaticano II, que buscava redefinir o papel da religião na sociedade, com foco em uma nova orientação pastoral voltada para a resolução dos problemas sociais e econômicos. No Brasil, a cartilha ganhou força após a Segunda Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, realizada em 1968 em Medellín, na Colômbia.
As reuniões foram fundamentais para o desenvolvimento da Teologia da Libertação, preocupada prioritariamente com a promoção da justiça social, e para a consolidação das Comunidades Eclesiais de Base, que buscavam substituir a supremacia das paróquias na organização da vida religiosa pela valorização de comunidades menores, com a presença tanto de integrantes da Igreja quanto de leigos. Atento à renovação, dom Paulo abraçou a nova doutrina e o modelo descentralizado de comunidades.
Dom Paulo tornou-se arcebispo de São Paulo em um momento crucial. Em 1969, um grupo de dominicanos foi preso pelo delegado Sérgio Fleury, do Departamento de Ordem Política e Social, sob acusação de manter laços com a Ação Libertadora Nacional, organização de luta armada comandada por Carlos Marighella.
Uma das lideranças dominicanas, Frei Tito foi brutalmente torturado. À época, dom Agnelo Rossi, então arcebispo paulista, preferiu não interceder em favor dos presos. A repercussão dos relatos de Tito publicados na Europa levou o então papa Paulo VI a substituir Rossi por dom Paulo no comando da Arquidiocese.
Pouco após assumir o cargo, dom Paulo não se omitiu ao tomar conhecimento da prisão do padre Giulio Vicini e da assistente social leiga Yara Spaldini pelo Departamento de Ordem Política e Social em 1971. O sacerdote foi pessoalmente ao Deops e testemunhou as agressões físicas sofridas por seus colaboradores.
No ano seguinte, por iniciativa de dom Paulo, a Assembleia da CNBB publicou o Documento de Brodósqui, um relatório que denunciava as prisões arbitrárias, a tortura e o desaparecimento de perseguidos políticos após a aprovação do Ato Institucional nº 5.
A partir de 1973, o arcebispo passou a celebrar missas com forte conteúdo político. O assassinato pelos militares do líder estudantil Alexandre Vannucchi Leme, da ALN, foi respondido com uma missa-protesto na Catedral da Sé para contestar a versão oficial apresentada pela ditadura para sua morte, segundo a qual o estudante teria sido vítima de um atropelamento.
Em 1975, o arcebispo organizou um ato inter-religioso em homenagem a Valdimir Herzog, torturado e assassinado pelos militares. A cerimônia serviu também para manifestar repúdio à versão de que o jornalista teria cometido suicídio.
Além da resistência aos militares, Dom Paulo foi fundamental para a consolidação das Comunidades Eclesiais de Base, que buscavam substituir a supremacia das paróquias na organização da vida religiosa pela valorização de comunidades menores, com a presença tanto de integrantes da Igreja quanto de leigos.
Segundo Leonardo Boff, expoente da Teologia da Libertação, D. Paulo não enxergava as comunidades como uma simples frente de pastoral ou um prolongamento da paróquia em meios pobres. O objetivo era valorizar tanto as bases sociais como a participação dos leigos. “Dom Paulo animava-os a decidirem os caminhos da Igreja e aceitava suas sugestões.”
Para reforçar o aspecto pedagógico das comunidades, lembra Boff, o arcebispo convidou o pedagogo Paulo Freire para acompanhar as atividades na periferia. “Além de sua dimensão especificamente religiosa, as comunidades de base eram centros de conscientização, de resistência contra a ditadura e de construção da cidadania”, afirma. A articulação das comunidades é, por sinal, um dos pontos de partida para a fundação do Partido dos Trabalhadores em 1980.
Boff tem muito a agradecer a dom Paulo. O cardeal foi professor do teólogo em Petrópolis e o ajudou a ingressar na Universidade de Munique. Em 1982, Boff foi alvo de um processo doutrinário na Congregação para a Doutrina da Fé, antiga Inquisição, por conta da publicação de seu livro Igreja: Carisma e Poder, crítico às instituições católicas tradicionais. O interrogatório foi conduzido pelo então cardeal Joseph Ratzinger, que mais tarde se tornaria o papa Bento XVI.
Dom Paulo acompanhou Boff a Roma para defendê-lo no processo. “Ao lado do cardeal Aloysio Lorscheider, ele argumentou a Ratzinger: ‘Damos nosso testemunho de pastores de que se trata de uma teologia edificante e boa para a Igreja’”, lembra o ex-aluno do arcebispo emérito.
Dom Paulo convidou ainda o cardeal a “visitar as comunidades eclesiais no Brasil e rezar com o povo”. Em seguida, negociou que Boff e seu irmão apresentassem um documento à congregação para ressaltar a importância da Teologia da Libertação.
Após o fim da ditadura, dom Paulo seguiu no comando da Arquidiocese paulista até 1998, quando renunciou por limite de idade e tornou-se arcebispo emérito. Nos últimos anos, seu estado de saúde piorou, mas não o suficiente para impedi-lo de comparecer a homenagens. Em julho, uma missa na catedral da Sé celebrou os 50 anos de sua ordenação episcopal. Em outubro, comemorou-se os 95 anos do arcebispo emérito em evento no Teatro da Universidade Católica (Tuca), na PUC-SP.
Ao lembrarem a enorme contribuição do franciscano em seus anos à frente da Arquidiocese, os convidados presentes ao Tuca usaram o espaço para criticar as medidas impopulares defendidas pelo governo de Michel Temer.
Com dificuldades de se expressar por conta da idade avançada, dom Paulo esforçou-se para homenagear Santo Dias, ativista sindical assassinado no fim da ditadura, e fez questão de usar o boné do MST entregue pelos militantes presentes ao Tuca.
Dom Paulo
Um de seus principais aliados no período como arcebispo da capital paulista, o bispo Dom Angélico Sândalo Bernardino afirmou que a resistência de dom Paulo à ditadura é uma inspiração para o atual momento.
“Ele é descendente de alemão, mas o rosto dele é da periferia de São Paulo. Quando imagino dom Paulo, eu o imagino com o cheiro do povo, misturado com os bispos, padres, religiosos, leigos e leigas, anunciando a urgência de resistirmos contra toda a mentira. Naquele tempo, a luta era contra a ditadura civil-militar, mas a resistência a que ele nos convida deve ser permanente no Brasil atual também.”
dez 13, 2016
DO SITE 247 – Com 53 votos a favor e 16 contra, o Senado aprovou, em segundo turno, o texto-base da PEC do Teto de Gastos (PEC 55/2016) na tarde desta terça-feira 13. Não houve abstenção.
Antes, por 46 votos contrários, 13 favoráveis e duas abstenções, foram rejeitados os requerimentos de cancelamento, suspensão e transferência da sessão de votação da proposta.
Prioridade do governo de Michel Temer, a PEC congela os gastos públicos pelos próximos 20 anos e foi aprovada apesar do apelo contrário das ruas. Nesta terça, ao menos em sete Estados e no Distrito Federal há protestos contra a medida.
De acordo com pesquisa Datafolha, 60% dos brasileiros são contrários à proposta.
dez 12, 2016
As professoras e professores do Centro Educacional de Niterói receberam hoje as agendas 2017 produzidas pela Feteerj e sindicatos Filiados – no caso, o Sinpro Niterói e Região.
Seguem as fotos – o professor que quiser receber a sua agenda pode entrar em contato com os sindicatos de sua região (clique aqui para ler o endereço).


dez 11, 2016
A direção da Federação dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino no Estado do Rio de Janeiro (Feteerj), reunida em Teresópolis, alerta para a grave situação política e econômica do país e, particularmente, do nosso estado.
A Feteerj, de antemão, se coloca contra o governo golpista de Temer, que vem agindo de forma ilegítima, sempre buscando retirar direitos sociais e trabalhistas do povo brasileiro, atacando, ao mesmo tempo, a Previdência Social, a CLT, os sindicatos, os serviços públicos (PEC 55), a Petrobras, o ensino público e gratuito (reforma do ensino médio) e até mesmo a liberdade de expressão – ataque esse que tem no projeto “escola sem partido” o exemplo mais triste e que atinge diretamente os professores.
Com isso, a Feteerj apoiará e participará dos atos e eventos diversos que tenham como objetivo se opor a todos esses ataques perpetrados pelo governo ilegítimo de Temer. Por conseguinte, a Federação defende que os movimentos sociais, partidos políticos, entidades sindicais e entidades estudantis se unifiquem em torno da defesa de nossos direitos e pelo afastamento imediato de Temer da presidência.
Em relação ao Rio de Janeiro, é sabido que, desde o início do ano, o governo vem tendo uma redução brutal na sua arrecadação, o que causou uma crise fiscal sem precedentes. O resultado disso aí está: atrasos nos pagamentos dos salários dos servidores, incluindo os aposentados e pensionistas, o sucateamento dos serviços essenciais, o uso do Fundo Judiciário pelo governo, colocando em risco o sistema Judiciário, além da falência de empresas.
Essa crise é fruto não só da má administração dos seguidos governos do PMDB, com isenções bilionárias e desmedidas, como também um processo de corrupção nessas gestões, no mais alto nível de governo, que culminaram com a prisão do ex-governador Cabral, que movimentou, segundo o Ministério Público Federal, um esquema de corrupção profundo.
Em nosso estado, a Feteerj se coloca contra o pacote de maldades de Pezão, que visa atingir o servidor, com o aumento da alíquota de Previdência Social e o limite de gastos com pessoal, com o congelamento de salários dos servidores; além de atingir a sociedade e a população mais pobre, com o fim do bilhete único de transporte, o fechamento de restaurantes populares, entre outros.
A Feteerj não concorda que após tantos desmandos do governo Cabral/Pezão/Dornelles os servidores sejam punidos.
Por fim, a Federação reitera que a unidade, em nível nacional e estadual, dos mais amplos agentes progressistas em torno da defesa dos direitos sociais, trabalhistas e democráticos é fundamental nesse momento em que, claramente, os setores reacionários tentam avançar contra todas as conquistas que tivemos desde a aprovação pelo Congresso da Constituição de 1988.
Diretoria da Feteerj
dez 10, 2016
A direção da Feteerj está reunida em Teresópolis para discutir as ações da entidade para o próximo ano, em conjunto com as direções dos sindicatos filiados. Na parte da manhã, a plenária recebeu a visita do deputado estadual Wanderson Nogueira (Psol-RJ), que participou da discussão da conjuntura nacional – veja a saudação do deputado à diretoria da Feteerj.
Na parte da tarde, o presidente do Sinpro Teresópolis, Marcelo Guerra Barretto, fez uma saudação à diretoria da Federação. Em seguida, foi aberta a discussão sobre as ações das diversas Secretarias da Feteerj.

Plenária da Feteerj em Teresópolis discute a conjuntura e as ações para 2017
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