A Federação dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino do Rio de Janeiro (Feteerj), que congrega os sindicatos de professores que atuam na educação particular, vê com extrema preocupação a assinatura do decreto do governo federal que intervém na Segurança Pública do estado do Rio, determinando que as Forças Armadas assumam o comando das polícias militar e civil e o corpo de bombeiros.
Para a Federação, esta intervenção ignora o caos econômico e social do estado do Rio, o ente federativo que mais vem sofrendo com a crise econômica e o desemprego do país – ignora, com isso, a paralisação de investimentos na Petrobras, a falência das empreiteiras e das indústrias de construção civil e naval, além dos bilhões de reais em isenções fiscais irresponsáveis que os governos Cabral e Pezão fizeram ao longo desses anos.
Essa intervenção quer dar uma satisfação à mídia, que se fartou de mostrar a violência do carnaval carioca, como se o restante do país fosse um oásis de tranquilidade.
Mídia esta que não mostra que a verdadeira violência que aflige todo o país é causada por esse sistema político e econômico que está no poder sob o efeito de um golpe de estado efetuado contra uma presidente eleita por 54 milhões de brasileiros; não mostra que esse sistema, tão bem representado pela escola de samba Tuiuti ao mostrar Temer como um vampiro, marginaliza a população carente, destrói os serviços públicos essenciais (incluindo a própria área da Segurança) e causa o desemprego e a miséria de dezenas de milhões de pessoas.
Como bem diz a nota da CUT: “Segurança pública não se resolve com intervenção militar. A solução são investimentos públicos, com obras de saneamento, habitação, mobilidade urbana, geração de empregos, economia solidária, renda básica, investimento em educação, cultura, esportes, ensino profissionalizante, garantia de primeiro emprego para os jovens e aposentadoria digna para todo povo carioca e brasileiro”.
Além disso, o decreto tenta lançar uma névoa na votação da reforma da previdência que está tramitando no Congresso. Sendo que o próprio governo afirma que tentará aprovar a reforma, que é uma emenda à Constituição, mesmo com a intervenção no estado do Rio.
Ou seja, o governo ilegítimo de Temer está se agarrando a uma intervenção midiática e populista, de implementação duvidosa, buscando fazer com que a população ignore o caos econômico e social em que o país vive.
Com isso, a Feteerj se coloca à disposição de todas as forças democráticas do estado do Rio contra qualquer tipo de retrocesso político e social.
Leia também a nota da CUT: Intervenção no Rio é mais um vexame de Temer
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