A Feteerj e os Sindicatos dos Professores (Sinpros) repudiam a ação da Polícia Militar na UERJ, nesta sexta-feira, dia 20, que causou fatos gravíssimos. A PM, em uma operação de guerra com soldados do Choque usando até mesmo o “caveirão e bombas de efeito moral, entrou no Campus Maracanã, de forma violenta, cumprindo determinação da Justiça, a partir de pedido da própria universidade, para retomar a sala da Reitoria, então ocupada por estudantes.
É inadmissível que a universidade tenha permitido a entrada do Choque da PM para retirar os estudantes, que lutavam em defesa das bolsas e auxílios de assistência estudantil; é inadmissível que se tenha buscado auxílio junto à PM do governo do Estado, que segue uma política de segurança truculenta e que não dá chance à negociação.
“Autonomia universitária” não são palavras vazias, mas, infelizmente, a Reitoria, pedindo a reintegração de posse, já sabia que a situação poderia degringolar para a violência: três estudantes e o deputado federal Glauber Braga foram presos; um soldado se feriu gravemente com uma bomba que estourou na sua própria mão, ao ser lançada nos manifestantes. Por sorte algo muito pior não ocorreu.
O uso de força policial dentro da universidade é um fato terrível e exige a reflexão de toda a comunidade escolar. Mas o momento exige que a Reitoria assuma seu erro e volte a negociar.
Com isso, a Feteerj e os Sinpros reivindicam a volta da negociação por parte da UERJ, com a revogação imediata do ato administrativo que acaba com os benefícios aos estudantes; reivindica a retirada da ação na Justiça pela desocupação do prédio e que atinge também os manifestantes; reivindica, por fim, a retirada dos processos em nível administrativo contra os estudantes, por meio de multas pecuniárias, que visam somente amedrontar e reprimir o livre direito à manifestação.
Universidades e escolas são locais de ensino, cultura e reflexão democrática e não locais para a ação truculenta da PM.
Diretoria Colegiada da Feteerj
Comentários