Vivendo uma crise profunda, a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) encontra-se paralisada. Quinta mais importante universidade do país e 11ª da América Latina, a UERJ pede socorro.
Para denunciar a situação, as professoras Monica Lessa e Maria Emília Prado, que trabalham na instituição, escreveram uma carta aberta em defesa da UERJ; essa carta está sendo repassada nas redes sociais, no intuito de recolher assinaturas de apoio. A carta também já está disponível em uma petição eletrônica, que pode ser acessada clicando aqui.
A Feteerj apoia e subscreve o documento. Pedimos que todos ajudem a divulgar o documento entre professores, alunos, comunidades acadêmicas e na sociedade de modo geral. A UERJ é um patrimônio e a comunidade engloba mais de 35 mil pessoas.
Mostramos a seguir a carta da professora Mônica Lessa:
AO PODER PÚBLICO ESTADUAL E FEDERAL,
CARTA EM DEFESA DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – UERJ
Rio de Janeiro, 5 de janeiro de 2017
Nós, servidores da UERJ e demais membros da sociedade civil em seus diversos segmentos, denunciamos, com profunda indignação, a dramática situação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, e solicitamos ao poder público que assuma o compromisso com o pleno funcionamento da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
A UERJ é a 5ª melhor Universidade do Brasil e a 11ª da América Latina, de acordo com o ranking “Best Global Universities 2016”, aferido com base em indicadores que mensuram a performance nas áreas de pesquisa acadêmica, número de docentes premiados e reputação regional e global.
Patrimônio científico e cultural do Rio de Janeiro, a UERJ firmou sua existência ao longo de 64 anos com avanços e inovações científico-acadêmicas que resultaram em 33 cursos de graduação, 54 de mestrado, 42 de doutorado, 142 de especialização, 623 projetos de extensão, intercâmbios e parcerias internacionais, e dois centros médicos de atendimento e pesquisa: Hospital Universitário Pedro Ernesto e Policlínica Piquet Carneiro – ambos com reconhecidas expertises em vários domínios das ciências médicas. Além do Colégio de Aplicação, que atende a estudantes nos níveis fundamental e médio.
Essas conquistas acadêmicas resultam do esforço conjunto de todos os segmentos da Universidade. Dentre esses esforços, destaque-se o programa Prociência, que permitiu à UERJ alcançar os atuais níveis de excelência. A UERJ é também pioneira em sua missão social ao ser precursora na implantação do sistema de cotas.
Somente em 2013, todavia, foi instituído, e de forma incompleta, o regime de dedicação exclusiva, existente há muito nas Universidades Federais. Além disso, há que se destacar a intolerável defasagem salarial frente à remuneração das Universidades Federais, resultado de 14 anos sem reajuste linear.
Neste momento, a UERJ enfrenta uma crise profunda e sem precedentes, agravada desde o final de 2015, quando o governo do Estado do Rio de Janeiro passou a submeter a Universidade a um progressivo abandono, um verdadeiro processo de sucateamento. A degradação tornou-se pública em fins de 2016, com a propalada falência do estado do Rio de Janeiro, que resultou na falta de pagamento do custeio da Universidade e dos salários de seus servidores. Submetida a condições inaceitáveis, a UERJ encontra-se paralisada.
Conclamamos, portanto, o poder público, em suas diferentes esferas – estadual e federal -, a assumir sua responsabilidade pelo destino de 2.977 docentes altamente qualificados, 4.519 funcionários técnico-administrativos especializados e 32.220 estudantes, desta que é a 5ª melhor Universidade do Brasil.
Carta escrita pelas professoras Mônica Lessa e Maria Emília Orado (UERJ)
Obs.: As assinaturas estão sendo recolhidas pelo email: defesauerj@gmail.com – enviar nome completo e filiação institucional.
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