Nessa sexta, dia 21, foi aberto o 7º Conselho Sindical da Federação dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino no Estado do Rio de Janeiro (Feteerj). Participaram da mesa da abertura do evento (foto) representantes dos dez sindicatos filiados à Feteerj, o presidente da CUT-RJ, Marcelo Rodrigues, e o diretor da Contee, José de Ribamar Virgolino Barroso. O presidente da CTB, Paulo Farias, também compareceu.
O tema do Conselho é: “Resistir é Preciso”. E não à toa, o tom do discurso dos representantes das centrais, Contee e da Feteerj que falaram na abertura foi um só: unidade na luta contra o governo golpista.
O 7º Consind é, também, uma homenagem ao escritor negro Lima Barreto, que sempre resistiu à opressão e injustiças sociais de nosso país.
Representando os Sindicatos de Professores filiados à Feteerj, cerca de 100 professores e professoras das escolas particulares do estado foram eleitos delegados em suas bases para participar do Conselho e discutir a conjuntura política, social e trabalhista nacional e estadual, apontando as melhores formas de reação aos ataques que os trabalhadores e, em particular, a educação vem sofrendo. Dessa forma, os delegados irão discutir a política de lutas em defesa da categoria em nosso estado; e a melhor forma de reação, junto com as demais categorias de trabalhadores, ao golpe que instalou o governo corrupto de Temer no poder.
O Consind é, também, uma preparação para o Congresso da Federação, que será realizado em 2018 e escolherá a nova direção da Feteerj.
Para fazer essa discussão no Consind foram convidados sindicalistas da Contee, militantes do movimento social e partidário, com visões diferentes do contexto político atual, que participarão das duas mesas de debates que ocorrerão nesse sábado – o Consind vai se estender até esse domingo e está sendo realizado no Bairro do Flamengo, Zona Sul do Rio de Janeiro.
A programação do congresso pode ser lida aqui.
ABERTURA
Na abertura realizada na sexta (21), foi lido o texto base que será usado nos debates – os destaques ao texto, juntamente com as propostas que serão feitas nas mesas de discussão nesse sábado, serão discutidas na plenária final que será realizada no domingo.
No documento guia, a Feteerj denuncia o grave momento que o Brasil vive, fruto de um golpe parlamentar aplicado na ex-presidente Dilma Roussef.
Segundo o documento, a nossa principal instituição em que se baseava a democracia brasileira, a Constituição de 1988, vem sendo golpeada, desde a reeleição de Dilma, dia após dia. São golpes que atingem não só a democracia, como também todo o organismo trabalhista e social em que se baseia o país. Eis os principais ataques:
1) A aprovação da “PEC dos gastos”, que congelou os investimentos nos serviços públicos essenciais durante os próximos 20 anos;
2) A aprovação do PLC 38/2017, a “reforma trabalhista”, que destruiu todo o arcabouço de direitos dos trabalhadores contidos na CLT;
3) A aprovação do PL da terceirização;
4) A venda quase que diária de “ativos” da Petrobras, Furnas, Caixa, Banco do Brasil etc, visando a privatização de setores estratégicos nacionais;
5) O congelamento e até a diminuição de investimentos em programas sociais fundamentais para a população pobre, como o Bolsa Família;
6) O fim da política de reajuste anual com ganho real do salário mínimo;
7) A judicialização da política nacional, com o uso do tacão do Judiciário apenas contra os partidos e integrantes dos governos Lula e Dilma, além da perseguição a militantes do movimento social;
8) A perseguição específica ao ex-presidente Lula pelo juiz Moro, visando retirá-lo da eleição de 2018;
9) Destruição da Previdência Social por meio de uma reforma aprovada pelo Congresso.
No entanto, o processo que desaguou no impeachment de Dilma, aguçou a crise econômica, ao contrário do que defendia os golpistas. Assim, os índices principais que medem o desempenho do país pioraram: o desemprego em 2017 atinge 15 milhões de pessoas; os investimentos maciços na economia nacional desabaram; a recessão se aprofunda; a arrecadação desaba, trazendo a falência de estados e municípios; a segurança e saúde públicas, com isso, entram em colapso.
O único índice que Temer e a mídia ainda “podem” mostrar é o da inflação, que está baixa. Mas mesmo isso tem uma triste razão de ser: as pessoas não estão comprando quase nada e com isso os preços descem a patamares que beiram a estagnação – a parada total da economia. O nome disso é recessão profunda.
TESE BASE APONTA O QUE FAZER
De acordo com a tese base, a oposição, representada pelas forças à esquerda e com o apoio do movimento dos trabalhadores, busca se unificar na luta através de bandeiras contra as “reformas” trabalhistas e previdenciárias, pelo “impeachment” de Temer e eleições diretas para presidente, por meio de uma PEC, até as eleições de 2018.
O documento alerta que o 7º Consind será realizado no momento mais crítico da história política da Feteerj e dos sindicatos filiados, em um quadro agravado pela investida da classe dominante sobre os direitos adquiridos dos trabalhadores em todo o país e o processo de desmonte do arcabouço de organização que se materializa nas nossas entidades de classe.
É também neste sentido que nos inserimos em todo ato e qualquer denúncia às medidas arbitrárias e antidemocráticas do governo golpista de Michel Temer, através de seu Ministério da Educação. Ministério este que aplica a reforma do ensino médio, tendo em vista a privatização de todo o setor; que corta os investimentos nas universidades públicas, visando a sua estagnação pura e simples; entre outras perversas medidas.
É neste contexto que a FETEERJ faz um apelo unitário à luta contra o governo golpista e ilegítimo de Temer!
Nenhum direito a menos! Fora Temer!
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