Bispos da igreja católica criticam governo Bolsonaro e lançam Campanha da Fraternidade

mar 6, 2019

O presidente da CNBB, cardeal Sérgio da Rocha, fez profundas críticas ao governo Bolsonaro durante o lançamento da Campanha da Fraternidade 2019

 

Nesta quarta-feira (06/03), integrantes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançaram a Campanha da Fraternidade 2019 em uma coletiva à imprensa e criticaram as políticas de governo anunciadas pelo presidente Jair Bolsonaro, entre elas a liberação da posse de armas de fogo, a possível exploração de minério em áreas indígenas e a reforma da Previdência.

O tema da campanha para o período da quaresma será: “Fraternidade e Políticas Públicas – Serás libertado pelo direito e pela Justiça”. O cardeal Sergio da Rocha, presidente da entidade, fez um chamado à defesa do “direito à vida, à terra, à cultura dos povos indígenas”, destacando que “situações novas” não irão desviar a Igreja da defesa do “povo mais sofrido”.

“Nós reafirmamos que a igreja continua a insistir que a construção da paz aconteça por meio da justiça social, do respeito aos direitos do povo mais sofrido. Continuamos a defender o direito à vida, à terra, à cultura dos povos indígenas” – disse o cardeal presidente Sergio da Rocha.

Além de defesa dos mais pobres, os bispos membros da conferência criticaram outras medidas do governo, como a liberação da posse de armas de fogo. Eles também prometeram atuar contra o “desmonte” do Sistema Único de Saúde (SUS) e contra o “retrocesso” nos direitos sociais e trabalhistas.

Para a CNBB, a reforma da previdência é um retrocesso gravíssimo de direitos. Geniberto Paiva Campos, membro da Comissão de Justiça e Paz da CNBB, afirmou que “o povo não pode aceitar nenhum desses pontos da reforma que atacam direitos adquiridos. Acho que é um recuo grave em relação ao processo civilizatório” – ele destacou.

O Cardeal Sérgio da Rocha ressaltou que a igreja já se manifestou, em governos anteriores, a respeito do que ele considera direitos fundamentais da população, que não se penalize aqueles que já são mais sofridos na própria sociedade. E que não haja perda de direito dos trabalhadores: “Neste momento, na elaboração de uma proposta é necessário considerar esses trabalhadores”, ele disse.

Fonte: O Globo

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